Local pegou fogo após artefato explodir dentro de cofre. Coronel reformado do exército tinha 60 armas, cerca de 3 mil munições e uma granada no local.
A Polícia Civil investiga o incêndio em um apartamento em Campinas (SP), causado pela explosão de um artefato, na noite de sábado (24). O local tinha cerca de 111 armas de fogo - entre rifles, fuzis e espingardas -, "incontáveis" munições, além de duas granadas.
A perícia concluiu, neste domingo (25), que o fogo começou após um artefato explodir dentro de um cofre. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o dono do imóvel não foi localizado após a ocorrência está sendo procurado para prestar esclarecimentos.
O apartamento é do coronel reformado Vigílio Parra Dias e fica no primeiro andar do condomínio Fênix, na Rua Hércules Florence. Veja abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o caso.
O fogo começou em um apartamento que fica no 1º andar do edifício. A perícia concluiu, no domingo (25), que o incêndio começou após um artefato explodir dentro do cofre do imóvel.
Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel.
Trinta e quatro pessoas que inalaram fumaça precisaram de atendimento médico e foram encaminhadas para o Hospital Casa de Saúde e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São José — nenhuma em estado grave.
Além das pessoas retiradas do prédio, um cão que estava no apartamento do coronel foi resgatado pelos bombeiros.
O apartamento é do coronel reformado Vigílio Parra Dias, que deixou o prédio durante a evacuação e não foi mais encontrado. A Polícia Civil informou que procura por ele, para que preste esclarecimentos sobre o ocorrido.
O Comando Militar do Sudeste do Exército (CMSE) informou que o militar possui certificado de registro válido como atirador, caçador e colecionador.
O local tinha cerca de 111 armas de fogo - entre rifles, fuzis e espingardas - e "incontáveis" munições, segundo a Polícia Civil, além de duas granadas - que foram levadas para detonação em um local seguro.
Por conta de todo o arsenal, durante o incêndio foram ouvidas dezenas de explosões. Vídeos gravados por vizinhos do prédio registraram o barulho.
De acordo com o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidney Furtado, o apartamento foi interditado principalmente porque há materiais inflamáveis nos escombros.
"Existe um trabalho ainda muito intenso do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Gate, porque que ainda tem muito material ainda no meio dos escombros. Então enquanto isso não for retirado, não dá para ser liberado o local", explicou.
Segundo ele, por conta das armas e munições, nos escombros há pólvora e isso impossibilita a liberação imediata do local.
A fiscalização do Exército sobre as armas de militares é feita por meio da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC). Em 2023, uma portaria estabeleceu que os militares do Exército podem adquirir até seis armas de fogo, das quais cinco poderão ser de uso restrito.
No entanto, existem duas exceções determinadas pelo DFPC:
Ou seja, mesmo com a determinação do DFPC, o militar não é obrigado a devolver os armamentos que excedem os novos limites caso o arsenal tenha sido adquirido em anos anteriores à portaria.
A polícia tenta localizar o militar dono do apartamento para que preste esclarecimentos. Ele deve ter de explicar o motivo de ter tantas armas e apresentar as documentações para provar a legalidade do arsenal.
Nesta segunda-feira (26), a perícia da Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil devem voltar ao prédio para avaliar a liberação.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2024/02/26/o-que-se-sabe-e-o-que-falta-saber-sobre-incendio-causado-por-artefato-em-apartamento-de-coronel-em-campinas.ghtml