Instalação de pontos de recarga pode demandar investimento, principalmente se o prédio tiver estrutura elétrica que precisa ser atualizada, alerta a Lello; confira dicas e cuidados para síndicos e condôminos
O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo prorrogou por 90 dias, contados a partir dessa segunda-feira (6), a consulta pública sobre o parecer técnico que estabelece diretrizes para instalação de carregadores para abastecer carros elétricos em condomínios, estacionamentos públicos e subsolos, com o objetivo de resguardar a segurança das edificações, proteger o patrimônio e, fundamentalmente, resguardar vidas.
Segundo a portaria publicada no Diário Oficial, a medida foi tomada "em virtude da relevância e repercussão da matéria, aliado às solicitações de entidades, conselhos e associações que pretendem contribuir através de testes práticos e estudos que poderão proporcionar embasamento técnico do parecer".
A partir dos elementos constantes no documento, a discussão sobre o carregamento elétrico em condomínios ganhou ainda mais urgência. Muitas montadoras estão entregando seus carros com os carregadores, mas existe um longo caminho entre a aquisição do veículo e a instalação com segurança em espaços compartilhados como as garagens dos condomínios residenciais e comerciais.
Trata-se de um novo desafio para os condomínios residenciais, especialmente para condomínios mais antigos que, na maioria dos casos, deverão passar por atualização der suas instalações para que os veículos possam ser carregados nas garagens.
Para a engenheira civil Raquel Bueno, gerente de Produtos e Parcerias da Lello Condomínios, "a instalação de pontos de recarga seguros e acessíveis para os carros elétricos deve ser encarada com cautela por parte dos síndicos, que precisam de suporte especializado e assessoria técnica para garantir a segurança desse processo. O carregamento de carros elétricos é uma realidade, muitos estudos mostram que esta é uma demanda crescente. Os condôminos estão buscando solução. É nosso papel encontrar os caminhos que orientem síndicos e viabilizem essa solução com segurança para os condomínios”, observa a engenheira.
A implantação de carros elétricos em condomínios exige planejamento cuidadoso, regulamentação clara e um enfoque em soluções que possam atender às necessidades dos moradores.
A Lello, maior administradora de condomínios do Brasil e quinta maior do mundo, desenvolveu um guia com perguntas e respostas, para esclarecer as dúvidas mais recorrentes sobre automóveis movidos a energia elétrica e suas especificidades, que requerem mudanças sutis, mas significativas nas rotinas de um prédio. Confira abaixo o “tira-dúvidas”, que se divide em questões para síndicos e condôminos.
A instalação de pontos de recarga seguros e acessíveis deve ser prioridade. É preciso considerar a necessidade de fornecer energia suficiente à demanda. Todo condomínio precisa de um projeto técnico, de acordo com a sua especificação, idade, infraestrutura elétrica para esta fase. Independente de já ter em suas garagens carros elétricos, a distribuição equitativa de carga deve ser considerada para evitar sobrecargas. O projeto elétrico específico é o que garante a segurança para o presente e para o futuro.
A legislação atual estabelece critérios para instalação dos pontos de carregamento, cuja responsabilidade de instalação e garantia da eficiência caberá integralmente ao profissional e/ou empresa instaladora.
Lembrando que o síndico é o responsável legal do condomínio e vai responder sempre por qualquer irregularidade.
As reformas adequações necessárias para a colocação instalação dos terminais de recarga podem ter um investimento significativo, especialmente se a construção tiver estruturas elétricas antiquadas e obsoletas. Como responsável legal o síndico não pode abrir mão de viabilizar com segurança e adaptar o condomínio à nova realidade. Neste ponto não é adequado privilegiar a economia.
A regulamentação sobre o uso de carros à eletricidade em condomínios ainda é incipiente, o que representa um desafio a síndicos, que têm de seguir e se atentar à legislação vigente. É preciso observar as exigências de instalação para garantir segurança, mas sem tornar inviável técnica e financeiramente a adequação em condomínios já em operação.
Os síndicos precisam equilibrar interesses dos moradores que detêm veículos elétricos com os dos demais moradores trazendo clareza de quem é responsável pelo consumo da energia. Em tese, o condomínio deve contratar o projeto técnico e as adaptações necessárias e o proprietário do carro elétrico se responsabiliza pelo consumo de energia para o carregamento de seu veículo.
Antes de adquirir um veículo a eletricidade, o morador do condomínio deve ficar atento à disponibilidade de infraestrutura elétrica do seu domicílio. É importante checar se a garagem fornece pontos de tomada seguros e acessíveis. Além disso, é preciso garantir que a rede elétrica seja capaz de suportar a demanda.
Por isso é tão importante o projeto técnico personalizado para o condomínio. Ele dará clareza e transparência da capacidade de recarga naquele empreendimento e com isso é mais fácil organizar a tomada de decisão dos condôminos. Lembrando sempre que viver em condomínios é um ato coletivo e, nesse sentido, todos os moradores devem estar engajados em torno do bem comum. A implantação de veículos elétricos reforça a visão de sustentabilidade e tecnologia aos lares, modernizando o patrimônio do condomínio.
A Lello possui uma parceria com a Power2Go, empresa de eletromobilidade, para a instalação de sistemas de recarga elétrica de veículos.
A proposta é oferecer a atualização da infraestrutura elétrica para os condomínios que necessitarem de adequações, além de módulos de compartilhamento de carregadores de carros elétricos pelos moradores ou de uso de individual com os equipamentos instalados em cada vaga nas garagens.