VOLTAR
14/01/2025 às 12:00
Dengue no Brasil

O Ministério da Saúde envia, nesta semana, equipes técnicas para quatro estados brasileiros para apoiar ações locais no controle das arboviroses. A missão busca fortalecer a vigilância epidemiológica, a assistência à população e a reorganização dos serviços de saúde.

Estão no cronograma visitas às cidades de Vitória (ES), São José do Rio Preto (SP), Rio Branco (AC) e Foz do Iguaçu (PR). O cenário nas regiões é o seguinte:

  • São Paulo registrou 2.181.372 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 7,3 mil casos até o momento. Em São José do Rio Preto, foram 35.678 notificações em 2024 e 1.834 casos prováveis de dengue até o momento em 2025;
  • O Paraná registrou 655.488 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 1.327 casos até o momento. Em Foz do Iguaçu, foram 15.611 notificações em 2024 e 91 casos prováveis de dengue até o momento em 2025;
  • O Acre registrou 7.409 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 412 casos até o momento. Em Rio Branco, foram 1.579 notificações em 2024 e 212 casos prováveis de dengue até o momento em 2025; 
  • O Espírito Santo registrou 163 mil casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 3.778 casos até o momento. Em Vitória, foram 18.598 notificações em 2024 e 247 casos prováveis de dengue até o momento em 2025.

A ação de vigilância, contínua para todos os estados, é parte dos esforços do Ministério da Saúde para o controle da dengue e ouras arboviroses - antecipando atividades de prevenção para o período sazonal da doença.

Cenário epidemiológico no Brasil 

Em 2025, com base em modelagens, há previsão de aumento na incidência de casos em seis estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Esses estados estão sendo monitorados ainda mais de perto, mas o Ministério da Saúde reforça que todas as unidades da Federação terão ampla assistência do governo federal.

Em coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira (9) para anunciar a instalação do Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses, a ministra Nísia Trindade declarou que a preparação da rede é fundamental: 

"Temos como indicativo neste momento uma tendência de aumento de casos em alguns estados. O Acre, por exemplo, já declarou emergência para arboviroses."

Já a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, apresentou um panorama das arboviroses no Brasil, ressaltando o compromisso do Ministério da Saúde com os estados em ações conjuntas para mitigar os impactos da dengue:

“Estamos em mobilização e alerta, com o objetivo de antecipar o período sazonal, ajustar a rede de saúde e reforçar medidas preventivas para mitigar riscos. Lançamos a revisão do Plano de Contingência, que orienta as ações, e todos os profissionais receberam treinamento. Uma portaria será publicada para definir diretrizes de recursos e competências de cada ente. Em 2024, houve um aumento de 303% nos casos, tornando essencial a adoção de medidas rápidas e coordenadas”, explicou.

Ação constante para controle das arboviroses

Desde 2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico no país, coordenando uma série de ações para o controle das arboviroses em todo o território nacional.

A ampliação do uso de tecnologias de controle do vetor tem sido uma das principais apostas do Ministério da Saúde. Entre as ações destacam-se:

  • Expansão do método Wolbachia, de 3 para 40 cidades até 2025;
  • Implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas;
  • Borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos;
  • Estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de 150 mil unidades na primeira fase do projeto;
  • Uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e controlar a disseminação do mosquito;
  • No Distrito Federal, estão sendo instaladas cerca de 3 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) na região do Sol Nascente, com expansão prevista para outras áreas periféricas do país.

Ano passado, para conter o aumento dos casos durante o período sazonal 2024/2025, o Ministério da Saúde reservou investimento de R$ 1,5 bilhão em uma estratégia que inclui uso dessas novas tecnologias, intensificação de campanhas educativas e outras medidas estratégicas. A pasta também reforçou a colaboração tripartite com governos estaduais e municipais.

Desde setembro de 2024, estão em implementação seis eixos de ação definidos pelo Plano de Ação 2024/2025, elaborado em parceria com instituições públicas, privadas e organizações sociais.

As iniciativas incluem:

  • Prevenção e vigilância;
  • Organização da rede assistencial com qualificação de profissionais para diagnóstico e tratamento;
  • Mobilização e comunicação comunitária, considerando que 75% dos focos do mosquito transmissor estão dentro das residências;
  • Recomposição dos estoques de inseticidas no início da gestão, em 2023. Atualmente, 100% dos estados estão abastecidos;
  • Distribuição de mais de 3 milhões de testes para detecção de dengue e outras arboviroses.

A aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025 também foi firmada, como estratégia complementar. Ainda não há doses disponíveis em larga escala, pela limitação de produção do laboratório fabricante, sendo a eliminação dos focos do mosquito a estratégia principal. Até o momento, 5,5 milhões de doses já foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal.

“Além das ações preventivas, é fundamental destacar o papel dos municípios nesse enfrentamento, especialmente pela responsabilidade que têm na limpeza urbana e em outras medidas essenciais de controle. Nesse contexto, reforçamos a importância do trabalho conjunto entre as esferas federal, estadual e municipal para garantir uma resposta eficaz no combate à dengue”, enfatizou Trindade. 

O Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros.

“Seguimos a lógica de que ‘prevenir é sempre melhor do que remediar’, o que inclui medidas simples que cada cidadão pode adotar, como dedicar ao menos 10 minutos semanais para eliminar possíveis focos do mosquito em casa e nas proximidades”, concluiu a ministra.

Fonte: Ministério da Saúde

Comentários