Nadadora enfrentará na decisão, entre outras, Katie Ledecky, principal nome da modalidade
A nadadora Beatriz Dizotti se tornou, nesta terça-feira, a primeira brasileira a se classificar para uma final na prova dos 1.500m livres, nos Jogos Olímpicos de Paris. Com o tempo de 16min26s40, ela conseguiu a sétima melhor marca e brigará por uma medalha na grande decisão, que será disputada já nesta quarta-feira, às 16h10, horário de Brasília.
"Na Olimpíada passada, eu fiquei em 24ª, longe do meu melhor tempo, bem longe. Hoje ainda não foi a prova perfeita. Mas sei que na final pode ser melhor. Tudo acontece por um porquê. Na Olimpíada passada, com esse tempo, eu não ia chegar na final. Acho que eu estou pronta para nadar melhor à tarde. E estou muito feliz por fazer história”, afirmou a nadadora, em depoimento ao canal do Comitê Olimpíco do Brasil (COB).
Como era esperado, a prova foi dominada pela americana Katie Ledecky, que marcou o tempo de 15min47s43.
Aos 24 anos, a brasileira disputa sua segunda edição dos Jogos Olímpicos, tendo também tendo participado das olimpíadas de Tóquio-2020. Dois anos depois da estreia no maior evento para um nadador, ela foi diagnosticada com tumor no ovário, o que a deixou afastada do esporte até dezembro do ano passado.
Ela foi diagnosticada com teratomas que, embora benignos, poderiam causar torção nos ovários. Após a última parte do tratamento ter sido feita, ela conseguiria se recuperar a tempo da disputa do Mundial de Natação de Doha, no qual conquistou a vaga para os Jogos de Paris.
"Quem estava mais próximo de mim sabe o que eu passei. Não foi fácil. Eu me questionei muitas vezes. Às vezes, na vida, a gente se questiona muito, principalmente na natação. Mas, em qualquer coisa que a gente faz, a gente se questiona. Foram meses e meses não competindo, e voltando a treinar cada vez mais forte", celebrou a atleta nesta terça, após a classificação.
Capacidade de superação, por sinal, foi o que nunca faltou a Bia Dizotti. Em meio à pandemia de covid, com os clubes fechados, ela já havia precisado treinar por três meses na piscina do condomínio dos pais para chegar a Tóquio, sua primeira Olimpíada.
"Depois de um tumor benigno no ovário, eram quatro tumores, três no esquerdo e um no direito. Com um mês eu fui para a altitude, com 55 dias eu competi no Mundial de Doha. Então, foi uma coisa seguida da outra, quando eu estava me recuperando de uma e veio outra pancada. Eu descobri que ia ter que operar com a minha médica falando 'acho que você vai ter que tirar o ovário'. No final das contas deu tudo certo, estou com meu ovário aqui, estou em uma final olímpica, com sonho de ser mãe, com a minha família, com meu namorado, com meu avô, que curou do câncer no ano passado, todo mundo na arquibancada, então eu estou muito feliz", celebrou a nadadora.
Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/olimpiadas/noticia/2024/07/31/tumor-no-ovario-e-treino-em-condominio-conheca-beatriz-dizotti-primeira-brasileira-a-disputar-final-dos-1500m-livre.ghtml