Edição especial do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb traça panorama do último ano em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasília e aponta tendências para 2024.
O ano de 2023 foi marcado por uma alta dos preços de aluguel nas principais capitais do país. Mesmo com um ritmo de crescimento no valor menor que o registrado em 2022 em parte das cidades, o que se viu foi recorde atrás de recorde ao longo dos últimos 12 meses.
Os dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb revelam que São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasília fecharam 2023 com o maior preço do metro quadrado já visto em toda a série histórica, iniciada em 2019.
“A alta taxa de juros, que perdurou até agosto acima da casa dos 13%, fez com que muitas pessoas deixassem o sonho da casa própria de lado. Isso aqueceu ainda mais a demanda pelo aluguel e puxou os preços para cima. Com isso, os descontos também caíram”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
Todas as cidades fecharam o ano com percentuais mais baixos quando analisada a diferença entre o valor dos contratos e o dos anúncios. “Esse é mais um termômetro do aquecimento do mercado”, indica o especialista.
Os descontos médios variaram de 2,1% (em Brasília) a 3,7% (em São Paulo). Como base de comparação, em dezembro de 2022 o menor percentual foi 2,8%. “Apesar da notícia não tão boa para os inquilinos, ainda existe margem para negociação. Por isso é muito importante se preparar e ter elementos para barganhar o melhor preço. Ou seja, pesquisar bem, apurar o valor cobrado em imóveis vizinhos ou no mesmo condomínio. Fazer o dever de casa para que o valor caiba no bolso.”
São Paulo é a cidade com o maior valor do metro quadrado: R$ 59,8. E, em 2023, ela observou um fenômeno que também ocorreu em outras capitais: a valorização dos apartamentos menores, de um quarto, foi menor que a dos de dois e três dormitórios.
“A nova dinâmica de trabalho, com os modelos remoto e híbrido ainda muito presentes, fez com que a valorização de apartamentos maiores ganhasse destaque. Se antes os imóveis de 1 dormitório eram muito mais procurados, por conta da facilidade de acesso aos grandes centros logo após a pandemia, essa realidade tem se alterado. Muitas pessoas foram atrás de espaço novamente. Em SP, BH, Porto Alegre e Brasília, os imóveis de três quartos tiveram uma variação no preço maior que os de apenas um dormitório”, afirma o gerente de Dados.
Bairros nobres, como Ipanema e Leblon no Rio, Centro Cívico em Curitiba e o Setor de Clubes Esportivos Sul em Brasília, encabeçam a lista de mais valorizados no ano.
Ou seja, regiões que já lideram o ranking das mais caras se tornando ainda mais caras. No Leblon, aliás, o preço passou dos R$ 100, algo inédito para as regiões de todas as cidades analisadas pelo indicador. O bairro fechou o ano com o preço médio do metro quadrado a R$ 106,4 - o mais caro do Brasil, entre todas as capitais mapeadas.
“Foi um ano desafiador para os novos inquilinos, que viram os preços subirem acima da inflação, e extremamente rentável para os proprietários. O baixo estoque de imóveis disponíveis, aliado à alta temporada do aluguel, deve manter o mercado bastante aquecido no início de 2024. E, ao longo deste ano, com o ciclo de redução da taxa Selic, o mercado deve ser impactado positivamente nas transações de compra e venda de imóveis. É importante acompanhar a dinâmica em cada uma das capitais para compreender esse movimento também no aluguel”, afirma Thiago Reis.
Fonte: Assessoria | QuintoAndar