A mulher de 69 anos foi presa após invadir o apartamento de uma soldado da PM, de 25 anos, em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. A vítima afirmou que é perseguida há 9 meses.
A idosa de 69 anos presa na última quinta-feira (18) após invadir o apartamento de uma policial militar no Bairro Cônego Getúlio, em Patos de Minas, ameaçou e afirmou que continuará a perseguição contra a soldado até conseguir tirá-la do emprego.
"Quando indago-a sobre o motivo de me procurar, ela simplesmente fala que é porque me odeia, que eu não sei trabalhar! Na última oportunidade disse que faria de tudo para 'tirar' minha farda", disse a policial, que preferiu não ser identificada.
Segundo a soldado, a perseguição ocorre há nove meses, mas se intensificou nos últimos quatro. Ela contou que não sabe o motivo da perseguição.
"Começou a me preocupar mais quando fiquei sabendo que ela estava me procurando no antigo local de trabalho, que era o Mercado Municipal. Ela tem na cabeça que precisa saber de mim, onde quer que eu vá… Como comecei a trabalhar na rua, não tenho local fixo de atuação, ela começou a deslocar até minha residência", afirmou.
A policial acredita que a perseguição começou após ela prender a idosa por perturbação do sossego no Mercado Municipal.
"Eu não entendo. Ela fala que não gosta de mim. Não sei se pelo fato de já ter prendido ela outras vezes. Lido com varias pessoas, varias prisões, e nem por isso eles ficam me perseguindo. Já jogou pedras em mim e no meu parceiro, fora o desacato. Ela não tem papas na língua."
A idosa já teria, também, entrado no prédio outras duas vezes e ido até o local outras quatro, sem conseguir entrar, mas "atormentando" a policial e os vizinhos tocando interfones.
Perguntada se tem medo da perseguição da idosa, a policial contou à reportagem que não tem medo, mas receio de que a situação se intensifique.
"Estou com o psicológico preparado para caso ela continue com essas perseguições e ameaças. Sei que ela não está agindo com sanidade. Não dá para 'pagar pra ver', eu tenho família! Espero que a dela cuide dela", relatou.
A soldado já esteve em contato com a família da perseguidora outras vezes e, segundo ela, eles alegam que tentarão impedir na Justiça que a idosa se aproxime da vítima.
A PM, por sua vez, explicou que, apesar de ter sido presa diversas vezes, a idosa sempre é solta.
"O alvará de soltura dela, dessa última prisão, já foi expedido. Tenho uma medida protetiva em desfavor dela por esse fato. Caso ela me procure, de qualquer forma, a prisão dela será efetuada de novo", explicou.
Apesar das medidas tomadas por vítima e pela família da idosa, a soldado não acredita que a situação vá melhorar.
"Minha profissão infelizmente me traz alguns inimigos, mas não isso. Ela não está normal, criou uma fissura muito grande por mim . Se já jogou pedras, nada impede ela me procurar com uma faca."
Na quinta-feira (18), a soldado estava em casa quando ouviu um barulho vindo da sala de estar. Ao conferir o que tinha acontecido, se deparou com a idosa, que se negou a deixar o imóvel.
Para retirar a idosa do apartamento, ela precisou usar força física e contê-la no chão do estacionamento, onde acabou agredida com arranhões. Um médico da PM também ficou ferido.
Antes de ser levada para a delegacia, a idosa recebeu atendimento médico devido aos ferimentos que teve enquanto se debatia durante a prisão.
Segundo o boletim de ocorrência, a idosa admitiu que entrou no apartamento porque o portão estava aberto e "não gosta" da militar. Para a equipe de Polícia Militar (PM), que fez a prisão da idosa na quinta, ela disse que se vingaria.
"Vou acabar com a vida dela, isso não vai ficar assim", disse ela.
Ainda de acordo com o registro, existe outro boletim de ocorrência contra ela por perturbar a militar de serviço na base comunitária do Mercado Municipal. Ela também já foi presa, no dia 29 de fevereiro, por jogar pedras na soldado no local de trabalho dela.
A Polícia Civil investiga a idosa pelo crime de stalking. Em nota para o g1, o órgão afirmou que, além de stalking, a última invasão rendeu à idosa registros de lesão corporal, ameaça, injúria, violação de domicílio e resistência.
Fonte: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2024/07/22/disse-que-faria-de-tudo-para-tirar-minha-farda-diz-policial-militar-vitima-de-stalking-de-idosa-em-mg.ghtml